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Universidade Federal do Ceará
Mestrado em Ciências Cardiovasculares

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Cerimônia de abertura da primeira defesa de dissertação do Mestrado em Ciências Cardiovasculares

Data da publicação: 14 de dezembro de 2021 Categoria: Sem categoria

O agradecimento e o reconhecimento são atitudes que deveríamos praticar e renovar todos os dias. Como não conseguimos fazê-lo rotineiramente, precisamos parar alguns instantes e pensar, refletir sobre a importância das ações realizadas por pessoas que, de alguma forma, conseguiram interferir e mudar o rumo, o destino da vida de vários outras.

Algumas dessas pessoas estão aqui conosco hoje. São pessoas de notório saber e simplicidade, que carregam consigo a comenda da humildade, da competência, da determinação e da empatia.

Para essas pessoas precisamos prestar alguma homenagem. Não que isso seja importante para elas. Na verdade, o agradecimento e o reconhecimento são mais importantes para aqueles que o fazem, pois alimenta a alma, eleva o espírito e no mínimo, transmite uma mensagem para que essas pessoas prossigam com atitudes tão maduras e prósperas, pois essas ações estão sendo notadas, quer no nosso mundo passageiro, quer em uma dimensão maior, certamente existente.

O agradecimento carrega um grito forte que diz: “prossigam”.

Vale realmente a pena. Facilita o sono. Libera dopamina. Ativa áreas do SNC e autônomo demonstradas por exames de ressonância cerebral até mesmo pela simples intenção de fazer o bem, de ajudar, mesmo sem ter se conseguido executar.

Vivemos em um mundo complexo e difícil. Passamos 2 anos em que todos sofremos, quer fisicamente, psicologicamente ou financeiramente. Muitas perdas ocorreram. Mas algo que certamente nos uniu nesse período foi a ciência, o estudo, o conhecimento, no qual aqui se insere o nosso programa de pós-graduação.

Fazer ciência também é fazer o bem. É procurar algo diferente, inovador ou confirmar algo ainda discutível. Quem lê, quem estuda, quem pesquisa, quem ensina, nunca está sozinho. Com certeza, em toda pandemia, grandes cientistas como vocês, certamente sentiram a presença de Deus em cada momento que exercitava na busca pelo conhecimento vindouro.

E quem são essas pessoas de quem estamos falando? Qual o papel delas nessa longa jornada vigente, o qual o nosso programa de mestrado stricto sensu em ciências cardiovasculares é fruto? Citarei algumas e tentarei dimensionar temporalmente as ações.

1) Professor Antônio Ramires – como Diretor do Incor em 1998, o senhor revolucionou o acesso aos programas de pós-graduação na USP (atitude de repercussão imensurável em uma dimensão ampla). Em 2010, O senhor estimulou e promoveu a criação dos DINTER – doutorado interinstitucional em Cardiologia, como o que ocorreu em Fortaleza, fruto da parceria do Incor com a UFC, UECE, Hospitais de Messejana e das Clínicas da UFC.

Essas etapas, ressalto que acompanhei de perto, pois fui aluno de uma das primeiras, senão a primeira turma dessa abertura em 1998, quando tive que desistir do doutorado logo no 1 semestre por razões justas, de ordem pessoal.

Dezesseis anos depois, devido ao programa do DINTER, voltei a mesma instituição, USP- Incor e defendi o meu doutorado em 2014, quando tive em minha banca a honrosa presença do meu orientador Prof. Dr. Mauricio Scanavacca e dos prof. Dr. Bruno Caramelli, aqui presente, Dr. José Carlos Pachón, que foi meu orientador na residência e do prof. Dr. Carlos Roberto Martins Rodrigues (Dr. Cabeto) que exerceu recentemente, exitoso papel como secretário de saúde do Estado do Ceará durante as duas fases da pandemia, sempre se pautando pelo seguimento aos conhecimentos científicos.

Por isso Prof. Ramires, Prof. Bruno ações geram reações. Como disse a raposa ao pequeno príncipe na obra de St Exupery: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. E a minha atitude, a atitude do nosso programa de mestrado e dos doutores em cardiologia formados pelo DINTER é de reconhecimento e agradecimento aos senhores.

Desde o início, sabia-se que o objetivo maior do DINTER seria a fomentação de doutores na região que gerassem novos cursos de pós graduação em cardiologia. Fiquem tranquilos, Profs. Ramires e Bruno, que esse objetivo foi cumprido e no que depender de nós, será mantido, estimulado, em que pese toda a dificuldade que a CAPES tem criado para os programas em formação ou recém-formados.

2) Professor Bruno Caramelli – Na ocasião, em 1991-1992, na criação do DINTER, o senhor era o coordenador da pós-graduação do Incor e foi um grande incentivador e batalhador pela criação, execução e conclusão do DINTER, apesar de ter sofrido bastante com isso, com alguns embates, principalmente na fase final quando deixou o comando da PG do Incor. Atualmente exerce cargo de coordenador da pós graduação de clínica médica da USP. Dr. Bruno, assim como o Dr. Ramires estiveram em Fortaleza, algumas vezes ministrando aulas e realizando acertos no DINTER. Para os dois, nossas reverências e sejam bem vindo ao fruto de suas ideias, esse nosso programa que hoje tem sua primeira defesa na dissertação do cardiologista Dr. Joao Lins de Araújo Neto. O programa iniciado oficialmente em agosto de 2019, conta atualmente com 17 mestrandos.

3) O Dr. ítalo Martins, atualmente atuando na parte administrativa da secretária de saúde do Estado e também de forma bem sucedida na área empresarial privada, foi o elo local que permitiu a execução, viabilização do DINTER, quando manteve-se firmemente no comando do programa até toda sua finalização. Foi um trabalho longo, árduo e muito exitoso. Dr. Ítalo também esteve nas primeiras reuniões para criação do nosso mestrado. Obrigado Dr. Ítalo.

Migrando para a criação do PG do mestrado em Ciências Cardiovasculares da UFC, pioneiro no norte-nordeste-Centro-oeste, temos aqui também protagonistas que aceitaram o desafio, enfrentaram as dificuldades, visualizaram que o caminho era de pedras, mas souberem escalar todas essas etapas, com perseverança, determinação e com certeza também por algo maior, divino, que é o fazer o bem.

4) Acompanhei muito do percurso e dos esforços do professor Dr. Ricardo Pereira, suas frustrações, decepções, sensação de estar sendo injustiçado. Nesse momento, o Prof. Ricardo não entendia o porquê que uma ideia tão importante, necessária, profícua não progredia na forma como deveria. Professor Ricardo merece toda nossa homenagem e agradecimento.

5) Naquele momento, surgiu a pessoa ímpar do Professor Armenio Aguiar do Santos, que com todo seu notório saber científico e curricular, experiência nos trâmites administrativos da Universidade, bom relacionamento, conseguiu apoiar o Prof. Ricardo e incorporar ao programa, os grupos da fisiologia e fisioterapia na área cardiovascular, atitudes que foram fundamentais para a aprovação final do programa pela CAPES, que ocorreu em 2018.

Professor Ricardo Pereira e Prof. Armenio Santos, nosso muito, muito obrigado.

6) E para não dizer que não falei de flores, eu menciono a Prof. Dra. Camila Ferreira Roncari, que atualmente é a coordenadora do programa da PG e exerce de forma muito tranquila, eficiente, meiga e competente esse mister. Dra. Camila, muito obrigado.

7) Peço desculpas, pois certamente muitos outros também tiveram papéis cruciais e não estão sendo citados. A todas essas pessoas, como o grande Prof. Dr. Wellington Oliveira Lima, estatístico do programa do DINTER, assim como os funcionários que nos ajudaram, cito aqui a Neusa , da PG do Incor e aqui a Shirley Ximenes, do serviço de cardiologia e a Jeruza Mara, atualmente coordenadora da Cardiologia do serviço e também pós-graduanda do programa. A todos vocês, nosso reconhecimento e muito obrigado.

Eu concluo minhas palavras, com a história clássica do livro Fausto, narrada pelo grande poeta alemão Johann Wolfgang Goeth, nos séculos 16 e 17, quando ele abordou algo muito atual, principalmente, no mundo científico, a busca incessante do conhecimento. Entretanto Fausto, protagonista na obra, um alquimista, mago, curandeiro, ambicioso, curioso, sedento pelo conhecimento infinito, optou por fazer uma escolha moralmente discutível. Em desespero, pensando em suicídio, pela frustração da limitação do seu conhecimento, aceita um pacto com o diabo, na obra chamado Mefistófoles. Esse acordo lhe trouxe alguns sucessos e diversas tragédias, muito bem narradas na obra prima de Goeth. Não precisamos ou devemos nos pactuar com o mal para conseguirmos o bem, para atingirmos os nossos objetivos, menos ainda no ramo da ciência.

Goeth menciona e aqui transmito e finalizo com essa linda poesia da obra Fausto:

“Às vezes, só depois de extensa caminhada,

                Ressurge, enfim perfeita a obra desejada.

                O efêmero reluz, seu brilho é passageiro.

                O autêntico perdura, eterno e verdadeiro.”

                Goethe

Muito obrigado a todos.

 

Transcrição do discurso proferido pelo Prof. Dr. Eduardo Arrais Rocha

 

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